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Morte: como ajudar a consolar

Morte: como ajudar a consolar

Durante o processo dos cuidados de idosos em fases terminais, muitas vezes os profissionais de saúde têm uma intima ligação não só com o idoso, mas também com a sua família, seja em casa, no hospital ou na instituição de longa permanência. Vivencia-se a passagem do idoso e o ajuda nos últimos momentos de sua vida, evitando sofrimento e dores, bem como não buscando o que chamamos de futilidade terapêutica (não deixar morrer à todo custo). A família apega-se ao profissional de saúde, pelo trabalho, pela humanidade e pelo carinho que devota ao seu idoso enfermo. Cria-se, muitas vezes, laços afetivos e de respeito, que perduram por anos…

É muito comum que, após a morte do idoso, ocorra, por parte dos familiares, um retorno ao profissional de saúde (o médico, a enfermeira, o cuidador profissional, etc. ), para conversar, relembrar ou somente agradecer. Ali encontramos a família triste e enlutada, vivenciando a dor de uma grande perda e que, muitas vezes, quer externá-la. Vêm as lágrimas e, como interlocutores, ficamos sem ação, sentindo até um certo desconforto pela situação.

Porém, umas das coisas mais importantes que podemos fazer por alguém que sofre uma grande perda é ESCUTAR! Embora se ache que escutar alguém seja uma coisa relativamente fácil de se fazer, prestar atenção e ajudar, nesse caso, pode tornar-se muito difícil. Escutar ativamente é uma forma especial de responder, através da qual quem ajuda transmite a sua compreensão das idéias e sentimentos que estão sendo expostos. Escutar o outro e entender o que o outro diz, sob o ´ponto de vista dele! Compreender bem o que o outro lhe diz. E isto, muitas vezes, não se demonstra com a sua fala e com o seu ponto de vista sobre o assunto. Somente um aceno de cabeça, um sinal de assentimento, uma resposta não-verbal, é o que basta.
Pode ser que você não esteja escutando se:
• diz que o compreende, quando não teve experiência similar.
• tem uma resposta para o problema dele, antes que ele tenha terminado de falar, terminando até a frase por ele.
• interrompa-o a todo momento.
• conta a sua experiência e faz parecer a dele irrelevante.
• falar com outras pessoas ao mesmo tempo.
• rejeita o agradecimento, demonstrando que não fez nada, não ajudou em nada.

Ao contrário, você realmente esteja escutando quando:
• tenta realmente compreendê-lo, ainda que o que ele diga não faça muito sentido.
• Entende o ponto de vista do outro, ainda que seja contrários Às suas convicções pessoais.
• percebe que o tempo que passou com ele deixou-o um pouco cansado e desgastado.
• concede-lhe a dignidade de tomar as próprias decisões, embora talvez não lhe pareçam as mais corretas.
• não pega os problemas dele para si, mas sim o ajuda a lidar com as dificuldades à maneira dele.
• reprima a tentação de lhe dar um bom conselho.
• não oferece um consolo religioso, quando percebe que ele ainda não está pronto para recebê-lo

 

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